Adriano Bastos, conhecido treinador e atleta brasileiro com uma história vitoriosa em maratonas internacionais, superou também uma ameaça à própria vida e em apenas 45 dias voltou ao cenário de suas velhas conquistas. A COROS estudou cada um dos seus treinos, a rápida recuperação da sua condição física através dos registros da plataforma COROS Training Hub e conta abaixo essa história cheia de insights e lições inspiradoras.

 

 

Sem o habitual “nada, pedala e corre”

 

 

O diagnóstico foi compartilhado em 28 de outubro de 2024: era uma Trombo Embolia Pulmonar (TEP).

 

Sentindo dores nas costas, falta de ar contínua e uma queda acentuada de seu desempenho físico Adriano Bastos se viu repentinamente preso à cama de um hospital. Os exames indicavam um infarto parcial dos vasos do lado esquerdo do pulmão e uma pequena trombose na perna esquerda, algo inimaginável na rotina de alguém que por tantos anos foi dedicado aos esportes e à saúde.

 

Adriano Bastos foi atleta profissional entre os anos 2000 e 2016 e chamou a atenção dos brasileiros por ter vencido a maratona Disney em 8 edições. Paralelamente à sua carreira como atleta se dedicou aos estudos e se qualificou como treinador, tornando-se o proprietário da Adriano Bastos Treinamento Esportivo. Sem nunca ter abandonado os treinos ele enfrentou a notícia de sua TEP com o pesar que seria comum a qualquer pessoa apaixonada por sua rotina esportiva: “a partir de agora um molho de uns dois meses ou mais, longe das pistas e da piscina, sem o ‘nada, pedala e corre’”.

 

Encarando dias de internação, medicamentos anticoagulantes e semanas de repouso forçado Adriano relembrava algumas das suas muitas conquistas através das redes-sociais. Aos 46 anos ele já havia atravessado altos e baixo e demonstrava saber que logo poderia, com paciência, voltar àquela rotina que por décadas o moveu:  “Um dia de cada vez”.

 

Na segunda semana de novembro ele retornou ao trabalho em sua assessoria esportiva e, finalmente, no dia 27, comemorou a liberação médica para voltar aos treinos. Foram quatro semanas sem atividades e nessa data os registros da COROS marcavam um Condicionamento de Base de 60, apresentando em números, em gráficos a dimensão do prejuízo físico causado por um mês de inatividade sobre o corpo de um atleta acostumado à alta performance (Adriano exibe, quando em forma, um Condicionamento de Base acima de 120 no sistema COROS. Ou seja, pode-se dizer que 50% de sua condição física foi perdida nesse período).

 

A linha vermelha marca o dia do diagnóstico e todos os dados de treino e perfomance

mostram a queda acentuada de rendimento nesse período.

 

 

45 dias até a Maratona, mas um de cada vez

 

Foram 6 quilômetros percorridos no primeiro retorno à corrida. Adriano não disfarçou a satisfação por ter mantido a corrida sem caminhadas, sem a falta de ar que sentia antes do tratamento, mantendo um pace médio de 5’24”. No dia seguinte o segundo treino, novamente uma corrida de 6 quilômetros, mas com pace médio 5’16”. No mesmo dia o reencontro com a piscina em 2300m de natação. No terceiro dia nova corrida de 8km com ritmo 5’03”. Era um retorno progressivo, por certo marcado por alguma inseguranca; mas a evolução era rápida na rotina e no corpo do experiente atleta.

 

Em 1 de dezembro, tomado pelo entusiasmo do seu bom retorno aos treinos, Adriano Bastos anunciou nas redes-sociais que correria o Desafio do Dunga nos eventos da Maratona Disney a partir do dia 9 de janeiro de 2025. O conhecido desafio inclui uma corrida de 5km na quinta-feira, outra de 10km na sexta-feira, uma meia maratona no sábado e, finalmente, 42km no domingo. Ele teria, a partir desse ponto, 45 dias para se tornar novamente apto para participar de um exigente evento esportivo, o mesmo que o consagrou como um atleta brasileiro com uma carreira internacional vitoriosa.

 

E no dia 7 de dezembro Adriano chegava aos 10km de corrida com ritmo médio 4’30” e mergulhava na preparação progressiva para mais um desafio motivador para a sua vida pessoal. O treino mais longo foi realizado em 28 de dezembro: 26km. Respeitando seus limites e uma progressão de volume de corrida que considerava segura, ele chegou a esse momento decisivo a todo maratonista com a expectativa de completar seus próximos 42km do dia 12/01/2025 em cerca de 3h15m.

 

 

Focado nesse objetivo, Adriano seguia enumerando cada dia de treino e chegou aos Estados Unidos com um mês de antecedência, em 12/12/2024. Lá dedicava-se à fase final da sua preparação, curtia o clima natalino na América do Norte e planejava um bom período de polimento, fase em que o volume de treino de corrida é reduzido gradativamente para que o atleta chegue ao dia do evento em forma, mas não cansado.

 

Aquele mesmo corredor que há alguns dias contava e comemorava cada treino concluído depois de sua internação e afastamento passava agora à contagem regressiva, contando os dias para a Maratona Disney que marcaria a superação da doença que há pouco tempo ameaçou sua vida.

 

 

Dopey Challenge: o(s) grande(s) dia(s)

 

Em 8 de Janeiro Adriano Bastos tinha seus números de peito em mãos para a participação em cada um dos dias do Desafio do Dunga (Dopey Challenge) e, claro, já postava a tradicional foto com os seus trajes de corrida.

 

Em 9 de janeiro correu os primeiros 5km ao lado de Fernanda Gavioli. Nas redes-sociais via-se que ele correu com calças de pijama, sinal de que já se divertia nas corridas e encarava o desafio com leveza, descontração e muita confiança. No dia seguinte, 10km (com outro pijama) e uma postagem especial sobre a autonomia da bateria do seu relógio COROS PACE 3, a característica mais destacada pelos usuários dos dispositivos COROS em todo o mundo.

 

No dia 11 vieram os 21km, mas agora sem pijamas. Adriano completou o percurso em 1h33m e cruzou a linha de chegada carregando a bandeira do Brasil junto com Luis Henrique Rampasso. Esse foi, muito provavelmente, o maior esforço físico do atleta desde seu retorno aos treinos.

 

Finalmente, no dia 12 de janeiro, 45 dias depois do seu diagnóstico de TEP, Adriano Bastos correu novamente uma maratona dentro do Desafio do Dunga, na Disney. Nesse dia ele não subiu ao pódio, não levantou troféu; mas não podemos dizer que não foi uma grande vitória.

 

 

A história da prova

 

Tendo acordado cedo todos os dias, largado em todas as provas antes do amanhecer, encarado dias frios e, especialmente, depois de ter corrido uma boa meia maratona, Adriano Bastos não teve uma prova fácil nos 42km.

 

Nos registros da COROS notamos que ele procurava sustentar o ritmo em torno de 4’30”. Todavia, pouco antes de chegar à metade do percurso o tempo das voltas já sinalizam algumas dificuldades. Ao longo do caminho seu ritmo cai gradativamente, falta-lhe resistência para sustentar a velocidade inicial; mas essa queda de rendimento se dá de maneira controlada.

 

Esta imagem mostra o pace quilômetro a quilômetro e nos permite visualizar a queda de rendimento na segunda metade da prova, a qual foi relatada pelo atleta depois da maratona.

 

Trata-se, como já vimos, de um atleta experiente que conhece muito bem seu corpo e seus limites, que busca adequar-se às circunstâncias para manter, mesmo nas dificuldades, a melhor eficiência de corrida. Quando “quebram” corredores amadores geralmente se esgotam e veem seu ritmo de corrida cair bruscamente, muitas vezes os forçando a caminhar na parte final de uma maratona. O que vemos aqui, todavia, é que o atleta experiente consegue gerenciar seus recursos energéticos de maneira mais eficiente, controla seu esforço frente aos sinais de estafa. Adriano ajustou seu ritmo e mesmo na parte final mantinha um pace constante, estável, cerca de 15 segundos mais lento do que fazia nos primeiros quilômetros.

 

A linha verde mostra as variações no ritmo de corrida e registra uma gradual queda de rendimento. A linha vermelha, mais estável, revela a frequência cardíaca e o nível de esforço durante a prova, bem mais estáveis.

 

O bom controle do desempenho, mesmo sob os efeitos de uma musculatura cansada, também fica evidente pela linha de frequência cardíaca registrada pelo relógio COROS PACE 3. O controle do ritmo cardíaco mostra que o esforço físico de Adriano se manteve praticamente inalterado durante toda a maratona. Com outras palavras, a sensação de esforço guiou o atleta que ajustava o ritmo de maneira precisa ao longo da corrida. Admiravelmente, nos últimos quilômetros a frequência chegou a registrar uma leve queda, evidenciando a tranquilidade de quem àquela altura já estava satisfeito por completar bem o percurso da conhecida maratona.

 

Seu tempo final foi 3 horas e 19 minutos. Pergunta-se: como Adriano Bastos viu o próprio desempenho nessa corrida, tendo ele vencido a Maratona Disney 8 vezes com tempos em torno de 2h20m no passado? Não temos dúvidas de que ele soube curtir seu momento. Aquela era a volta por cima de um atleta e treinador que experimentou a fragilidade humana sobre a cama de um hospital e redescobriu a própria força ao longo de 45 dias de treinos focados no seu objetivo. Esses 42km eram mais do que uma meta de corrida, representavam sua superação, celebravam sua sobrevivência, marcavam o início de uma nova fase para a sequência de sua vida.

 

 

O time COROS Brasil agradece a Adriano Bastos que nos permitiu mergulhar em suas métricas através do portal COROS Training Hub e nos bastidores de sua história para contar aqui parte de sua inspiradora trajetória como atleta. É sempre um orgulho vê-lo com um relógio COROS no braço.